No coração do Maior São João do Mundo, em Campina Grande, um dos palcos mais autênticos da cultura nordestina pulsa a cada sanfona, zabumba e triângulo que ecoam no Parque do Povo. São os trios de forró pé de serra, guardiões de uma tradição que atravessa gerações e mantém viva a essência junina diante das transformações do tempo.
Enquanto grandes atrações nacionais se apresentam nos palcos principais, é nos espaços mais intimistas que os trios dão o tom da festa. Ali, o público encontra o forró em sua forma mais pura, que nasceu das mãos de mestres como Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Marinês.
Cultura que resiste
Os trios não são apenas músicos: são narradores da vida nordestina. Suas letras falam da roça, do amor, da saudade e da fé, mantendo o elo entre passado e presente. Para muitos forrozeiros, tocar no Parque do Povo é mais do que um trabalho — é um ato de resistência cultural e orgulho.
Forma de renda e sustento
Além do valor cultural, os trios de forró representam também uma importante fonte de renda. Muitos músicos viajam de cidade em cidade durante o ciclo junino, garantindo o sustento de suas famílias. Para eles, o mês de junho é a época mais esperada do ano, quando o reconhecimento do público e a valorização financeira se encontram.
Tradição que se renova
O mais fascinante é perceber como essa tradição é passada de geração em geração. Filhos de sanfoneiros hoje seguem os passos dos pais, mantendo viva a arte do forró pé de serra. A cada acorde, renova-se a certeza de que essa cultura não apenas sobrevive, mas se fortalece a cada São João.
No Parque do Povo, os trios de forró são mais do que atrações musicais: são símbolos de identidade e memória. E enquanto houver festa, zabumba e sanfona, o povo nordestino seguirá celebrando, com orgulho, sua herança cultural.